No ar desde
11 de setembro, o site, batizado de Homens de Bem, já foi denunciado
31.214 vezes para a organização não governamental Safernet Brasil
A Polícia Federal (PF) investiga uma página na internet que prega morte de homossexuais, estupro e violência em geral contra mulheres, principalmente prostitutas e feministas, e contra negros. No ar desde 11 de setembro, o site, batizado de Homens de Bem, já foi denunciado 31.214 vezes para a organização não governamental (ONG) Safernet Brasil, que monitora violações aos direitos humanos na internet e atua em parceria com a PF e o Ministério Público.
Os textos são extremamente agressivos e
muitas das fotos e vídeos sugerem assassinatos e outros crimes. Um texto
publicado nesta semana pelo site defende violência sexual e a morte de
duas adolescentes do interior de São Paulo que, em uma postagem no
Facebook, zombaram de um atendente de uma rede de fast food. "Estuprem e
matem uma vagabunda. Enquanto você trabalha para pagar seus estudos e
sustentar sua família é isso que acontece", prega o texto.
O Homens de Bem está hospedado fora do
Brasil, o que dificulta a localização de quem pode estar por trás dos
ataques, que não poupam ninguém, nem mesmo a presidente Dilma Rousseff,
tratada nos textos de maneira extremamente agressiva, e o papa
Francisco. A PF não quis comentar o caso e informou, por meio de sua
assessoria de comunicação, que não se pronuncia "sobre assuntos em
curso".
O presidente da Safernet, Thiago
Ribeiro, disse que há "indícios concretos" de que a página está sendo
mantida por pessoas ligadas a uma rede desbaratada em março de 2012 pela
Operação Tolerância, feita pela PF, depois de denúncias sobre um grupo
que publicava na internet mensagens de apologia de crimes graves e
violência, principalmente contra mulheres, negros, homossexuais,
nordestinos e judeus, além da incitação a abuso sexual de menores. Na
época foram presos Emerson Eduardo Rodrigues, morador de Curitiba (PR), e
Marcelo Valle Silveira Mello, de Brasília, que arquitetavam um ataque a
alunos do curso de ciências sociais da Universidade de Brasília (UnB).
Responsáveis por páginas na internet batizadas com o falso nome de
Sílvio Koerich, os dois foram condenados pela Justiça Federal do Paraná a
seis anos de detenção por crime de racismo.
"Temos indícios concretos, já repassados
para a PF, de que o grupo é o mesmo. Alguns textos nas páginas do
Homens de Bem são os mesmos, os apelidos dos comentadores também se
repetem", afirma Thiago Ribeiro. Além disso, segundo ele, páginas
ligadas à rede Silvio Koerich, que atuou durante sete anos, levavam o
mesmo nome.
DEBOCHE A página debocha da PF e da
Justiça e diz que o governo brasileiro não vai conseguir tirar o domínio
do ar. "O governo brasileiro é composto de funcionários públicos
vagabundos, incompetentes e pilantras. As empresas que nos abrigam são
norte-americanas, país que garante o direito à liberdade de expressão.
Eu posso ser misógino o quanto quiser, posso ser machista, posso dizer o
que eu penso", diz um texto postado em 6 de outubro. A página defendeu
esta semana o "rei do camarote", empresário paulistano que deu
entrevistas dizendo gastar R$ 50 mil em baladas e dando dicas de como
usar o poder financeiro para conquistar mulheres.
"Mulheres são pedaços de carne à venda,
isso é fato", afirma a página. "Ele ("rei do camarote") gasta com o que
gosta e fica explícito que se diverte com aquilo. Ser escória é estudar
numa federal, fazer curso de ciências sociais, dividir o quarto com
outros cinco maconheiros sem rumo e ainda querer dizer como o mundo
deveria ser", diz o texto em defesa do empresário. A página diz ainda
que mulheres são parasitas, a escória da humanidade, e que gays deveriam
ser usados como cobaia em pesquisas e as lésbicas vítimas de estupro
corretivo.
Minha fonte: Verdade nua e crua
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